A discussão do Orçamento do
Estado (OE) para 2014 e o arrazoado de verborreia imberbe vertida no documento
a que o excitado Paulo Portas apelidou de guião da reforma do Estado, criou uma
excitação de adolescente no governo e nos partidos da maioria que o suportam.
Passos Coelho entrou em negação
completa. Já não consegue discernir o óbvio, nem tampouco consegue esconder a
sua incapacidade e incompetência para continuar à frente do governo. Isso mesmo
o prova com os disparates que vai vociferando contra o maior partido da
oposição. Coelho não tem pejo em, de forma demagógica e populista, continuar a
apontar ao anterior governo do PS a responsabilidade pela vinda da troika.
Passos Coelho, arvorando em patriota e “santinho da ladeira”, depois de
verberar impropérios contra Seguro e o PS, vem a terreiro, candidamente,
reclamar que o PS deverá apoiar as medidas propostas pelo governo, no célebre
guião do Paulo Portas, para a reforma do Estado, fazendo tábua rasa de tudo o
que se passou em 2011 à volta do PEC IV, onde Coelho trocou o sentido
patriótico pela possibilidade de ir para o governo, quando instado a decidir se
pretendia eleições no País ou no Partido. Perante esta ameaça, Coelho, que já
salivava de forma pavloviana, preferiu mandar às malvas o interesse patriótico
e decidiu que deveria haver eleições no País e vir a troika para Portugal,
sendo que o memorando da troika era o seu programa de governo e que até iria
mais além. Só que a excitação que tem invadido Coelho e Portas, irrigou-lhes o
cérebro de viscosidades que lhes retiram o discernimento necessário para
decisões sérias de governação.
Da minha parte posso entender
toda esta excitação de Coelho, Portas e companhia, como fruto de um estado
orgásmico que invadiu o governo, só porque, dizem eles, a economia está a
crescer, fruto de todas as medidas de austeridade implementadas pelo governo e
do milagre anunciado por Pires de Lima. Portanto, à atenção do Papa Francisco e
de D. José Policarpo. Diz mais Passos Coelho, que o PS está a destruir o País por
não compreender todo o esforço que o povo português tem feito ao decidir não
alinhar com o governo e que deveria ter em atenção porque os nossos credores
estão atentos ao que diz o PS e que não gostam da posição do PS. Pois bem, o
povo tem feito um esforço medonho, isso é verdade. Mas não vê esse mesmo
esforço por parte dos mais poderosos. Não vê a finança a fazer esforço; não vê
os governantes, deputados e políticos a fazerem esforços, pois caso contrário
cortariam muito mais nas despesas que provocam ao Estado, como o deixar de
receber a subvenção, as ajudas de deslocação, deixavam de utilizar o automóvel
e o motorista com os dinheiros públicos e passavam a utilizar o seu próprio
transporte e o transporte público. Querem que o povo seja austero, como também
o pedia Salazar. Mas comecem pelo exemplo de também eles passarem a ser
austeros.
Este tipo de comportamento do
governo parece que se tornou numa orgia da direita em Portugal, pois não
assumem o rotundo falhanço de orientação política que tem sido dado ao País. E
perante o desastre que cada vez mais de acentua, opta pela fuga em frente, onde
alguns apaniguados já clamam que deve ser decretado em Portugal o Estado de
emergência.
Paulo Portas anda em estado
catatónico desde que passou a vice-primeiro-ministro e se comporta como
primeiro-ministro, pelo que ainda não deixou de estar excitado com a
proliferação de orgasmo que o tem invadido, sendo o último exemplo, pela
negativa, a excitação com que anunciou o tão esperado guião da reforma do
Estado.
Documento com letra 16 e espaço
12 com 112 páginas. Portanto, aumentou o tipo de letra e o espaçamento para parecer
um documento extenso, que transformado em letra normal não passa de um mero
documento sem sentido e sem substância de cerca de 46 páginas.
É triste que Portas queira convencer-nos que a palha que
espalhou no dito cujo é o guião para a reforma do Estado. Se for esse o guião
para reformar o Estado, então será mesmo o fim de um País e de um povo.
Que venha depressa o 1640 que ele há dias referiu, pois pode
ser dessa forma que os traidores da pátria que nos governam sejam
defenestrados, como o foi o traidor Miguel de Vasconcelos.