quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O GOVERNO EM ESTADO ORGÁSMICO



A discussão do Orçamento do Estado (OE) para 2014 e o arrazoado de verborreia imberbe vertida no documento a que o excitado Paulo Portas apelidou de guião da reforma do Estado, criou uma excitação de adolescente no governo e nos partidos da maioria que o suportam.
Passos Coelho entrou em negação completa. Já não consegue discernir o óbvio, nem tampouco consegue esconder a sua incapacidade e incompetência para continuar à frente do governo. Isso mesmo o prova com os disparates que vai vociferando contra o maior partido da oposição. Coelho não tem pejo em, de forma demagógica e populista, continuar a apontar ao anterior governo do PS a responsabilidade pela vinda da troika. Passos Coelho, arvorando em patriota e “santinho da ladeira”, depois de verberar impropérios contra Seguro e o PS, vem a terreiro, candidamente, reclamar que o PS deverá apoiar as medidas propostas pelo governo, no célebre guião do Paulo Portas, para a reforma do Estado, fazendo tábua rasa de tudo o que se passou em 2011 à volta do PEC IV, onde Coelho trocou o sentido patriótico pela possibilidade de ir para o governo, quando instado a decidir se pretendia eleições no País ou no Partido. Perante esta ameaça, Coelho, que já salivava de forma pavloviana, preferiu mandar às malvas o interesse patriótico e decidiu que deveria haver eleições no País e vir a troika para Portugal, sendo que o memorando da troika era o seu programa de governo e que até iria mais além. Só que a excitação que tem invadido Coelho e Portas, irrigou-lhes o cérebro de viscosidades que lhes retiram o discernimento necessário para decisões sérias de governação.
Da minha parte posso entender toda esta excitação de Coelho, Portas e companhia, como fruto de um estado orgásmico que invadiu o governo, só porque, dizem eles, a economia está a crescer, fruto de todas as medidas de austeridade implementadas pelo governo e do milagre anunciado por Pires de Lima. Portanto, à atenção do Papa Francisco e de D. José Policarpo. Diz mais Passos Coelho, que o PS está a destruir o País por não compreender todo o esforço que o povo português tem feito ao decidir não alinhar com o governo e que deveria ter em atenção porque os nossos credores estão atentos ao que diz o PS e que não gostam da posição do PS. Pois bem, o povo tem feito um esforço medonho, isso é verdade. Mas não vê esse mesmo esforço por parte dos mais poderosos. Não vê a finança a fazer esforço; não vê os governantes, deputados e políticos a fazerem esforços, pois caso contrário cortariam muito mais nas despesas que provocam ao Estado, como o deixar de receber a subvenção, as ajudas de deslocação, deixavam de utilizar o automóvel e o motorista com os dinheiros públicos e passavam a utilizar o seu próprio transporte e o transporte público. Querem que o povo seja austero, como também o pedia Salazar. Mas comecem pelo exemplo de também eles passarem a ser austeros.
Este tipo de comportamento do governo parece que se tornou numa orgia da direita em Portugal, pois não assumem o rotundo falhanço de orientação política que tem sido dado ao País. E perante o desastre que cada vez mais de acentua, opta pela fuga em frente, onde alguns apaniguados já clamam que deve ser decretado em Portugal o Estado de emergência.
Paulo Portas anda em estado catatónico desde que passou a vice-primeiro-ministro e se comporta como primeiro-ministro, pelo que ainda não deixou de estar excitado com a proliferação de orgasmo que o tem invadido, sendo o último exemplo, pela negativa, a excitação com que anunciou o tão esperado guião da reforma do Estado.
Documento com letra 16 e espaço 12 com 112 páginas. Portanto, aumentou o tipo de letra e o espaçamento para parecer um documento extenso, que transformado em letra normal não passa de um mero documento sem sentido e sem substância de cerca de 46 páginas.
É triste que Portas queira convencer-nos que a palha que espalhou no dito cujo é o guião para a reforma do Estado. Se for esse o guião para reformar o Estado, então será mesmo o fim de um País e de um povo.
Que venha depressa o 1640 que ele há dias referiu, pois pode ser dessa forma que os traidores da pátria que nos governam sejam defenestrados, como o foi o traidor Miguel de Vasconcelos.