terça-feira, 1 de maio de 2018

PRIMEIRO DE MAIO


1.º DE MAIO


Foi há 44 anos que em Portugal se comemorou pela primeira vez o Primeiro de Maio. O Estádio da FNAT, hoje Estádio 1.º de Maio, propriedade da Fundação INATEL (que substituiu o nome da FNAT), em Alvalade, Lisboa, foi o palco onde os trabalhadores portugueses pela primeira vez puderam comemorar o Dia do Trabalhador. Um de Maio de 1974, sete dias após o 25 de Abril, o 1.º de Maio foi o sinal de que a Revolução vigou e que daqui para a frente a responsabilidade pela instalação da Democracia seria dos militares, do Conselho da Revolução, e, principalmente dos políticos.

Nesta fase política, já estava a ser preparada a fundação do PPD, hoje PSD, que foi fundado em 6 de Maio de 1974. Em embrião estava o CDS, hoje CDS-PP, que foi fundado em 19 de Junho de 1974. Antes, em 19 de Abril de 1973, já tinha sido fundado, na Alemanha, o PS. Mas o primeiro de todos a ser fundado foi o PCP, cuja data é de 6 de Março de 1921. Estes foram os 4 partidos políticos que ajudaram à consolidação da Democracia em Portugal.

Mas voltemos ao primeiro Primeiro de Maio festejado em Portugal. Esta fabulosa manifestação que juntou milhares de pessoas. Esta manifestação de força dos trabalhadores e de consolidação da Liberdade, teve o condão, e fica marcada na história da Democracia portuguesa, de juntar na mesma manifestação Álvaro Cunhal e Mário Soares, quer se queira ou não foram os dois rostos principais da consolidação da Democracia em Portugal, iniciada pelos Capitães de Abril.

Posteriormente, as manifestações do Primeiro de Maio poucas vezes conseguiu unir os trabalhadores nas manifestações, pois as duas Centrais Sindicais, CGTP/IN e a UGT, têm por norma comemorar o Dia do Trabalhador em manifestações separadas.

A luta dos Trabalhadores, que deu lugar ao Feriado Internacional do 1.º de Maio – não é um Feriado Mundial, pois há países onde não é feriado. No Brasil, por exemplo, não é feriado, mas os trabalhadores costumam comemorar o 1.º de Maio.

Alameda D. Afonso Henriques - Lisboa

Mas esta data remonta ao dia 1 de Maio de 1886. Nesse dia, mais de 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago, nos Estados Unidos da América, numa manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada de trabalho para oito horas. A polícia retaliou a manifestação, e na tentativa de dispersara multidão, feriu e matou dezenas de operários.

Não obstante esta tragédia, os trabalhadores regressaram às ruas no dia 5 de Maio de 1886. Novamente a carga policial caiu em cima dos operários, registando-se novamente feridos e vários manifestantes a serem presos.

Desta vez a opinião pública manifestou-se contra a acção da polícia e do Governo, bem como das entidades patronais. Em 1889, o Congresso Operário Internacional reuniu-se em Paris e decretou o 1.º de Maio como o Dia Internacional dos Trabalhadores.

Em 1890, os trabalhadores americanos viram a jornada de trabalho diária ser reduzida para oito horas.

Hoje, dia 1 de Maio de 2018, os trabalhadores portugueses, a maioria, esfrega as mãos porque este dia é apenas mais um feriado. Houve trabalhadores que perderam a vida a lutar pelos direitos dos operários. Quantos hoje estarão presentes nas manifestações que por todo o país de vão realizando? Ou mais estarão de fim-de-semana prolongado? O certo é que os trabalhadores das grandes superfícies comerciais deixaram de gozar o dia do Trabalhador. As empresas há poucos anos que deixaram de cumprir a norma de encerrar as portas no dia 1.º de Maio. Hoje os trabalhadores das grandes superfícies comerciais estão em greve. Hoje a precariedade é cada vez maior.

Alameda D. Afonso Henriques - Lisboa
Há pouco passei na Alameda D. Afonso Henriques, a praça mítica da Fonte Luminosa, e deparei-me com milhares de pessoas a circular nessa área, pois é lá que a CGTP/IN vai realizar a sua manifestação do 1.º de Maio.

Consciência da Classe Operária – parece um radicalismo da extrema-esquerda, como hoje muitos gostam de dizer -, mas os trabalhadores, sejam em que serviço for, são, efectivamente, operários – precisa-se, hoje mais do que nunca.