quinta-feira, 15 de maio de 2014

UM JOGO DE FUTEBOL E OS SEUS CONTORNOS BATOTEIROS



Um jogo de futebol disputa-se com uma bola, 11 jogadores de cada lado, uma baliza em cada extremidade do terreno de jogo e uma equipa de arbitragem. Sem estes últimos não há jogo! Nem que tenham de ir à bancada recrutar uns árbitros que se julgam entendidos na matéria. O jogo terá de ter sempre uma equipa de arbitragem. E são estes árbitros que ajuízam os lances que os jogadores cometem que contrariam as 17 leis que compõem as regras de um jogo de futebol. Muitas vezes a discricionariedade de um árbitro e da sua equipa, podem decidir a sorte de um jogo. Ditar um vencedor.
Às vezes nem é no próprio jogo que um árbitro condiciona uma equipa. Poderá ser num dos jogos anteriores! Por exemplo, no jogo Juventus - Benfica, da meia-final da Liga Europa, o árbitro expulsou inexplicavelmente o melhor jogador do Benfica, Enzo Perez, mostrando-lhe injustamente um cartão amarelo e de seguida mostra-lhe novo cartão (desta vez justo), expulsando o jogador da partida e, pior que isso, do jogo seguinte, o da final. O mesmo árbitro mostra, mais uma vez, injustamente um cartão amarelo a Sálvio, marcando uma falta perigosa contra o Benfica, por uma mão que não existiu. Também aqui o árbitro retirou Sálvio da equipa do Benfica para o jogo seguinte, o da final. Numa confusão, o mesmo árbitro mostra o cartão vermelho a Markovic, que já se encontrava no banco de suplentes, pois tinha sido substituído, por um pretenso envolvimento numa discussão com um jogador da Juventus que também estava no banco. Vê-se pelas imagens televisivas, e o jogador da Juventus confirma, que Markovic em nada teve a ver com a discussão e que foi injustamente expulso. Mais um jogador fora do jogo da final. E vão três jogadores retirados da final por um árbitro incompetente, e por sinal dos jogadores mais competentes e perigosos da equipa do Benfica.
Não adiantou o Benfica reclamar sobre a expulsão de Markovic, pois a UEFA, uma das organizações considerada, eventualmente, das mais corruptas do mundo e das mais corporativistas, mesmo com todas as provas e evidências da inocência do Markovic, decide continuar a defender a decisão de um árbitro incompetente, e talvez corrupto, que como não pôde colocar a Juventus na final, como todos pretendiam, inclusive o batoteiro-mor Platini, que disse alto e bom som que queria a Juventus na final, prejudicou séria e drasticamente a equipa do Benfica, impedindo três dos seus melhores jogadores de disputarem a final.
Chegado à final, com o Sevilha, Clube de Espanha, por sinal um país que se movimenta muito bem nos meandros das instituições internacionais do futebol, o Benfica viu ser nomeado para esse jogo um árbitro alemão. Este “artista” do apito, especialista na arte de apitar mal, tão incompetente que até validou um golo, no campeonato alemão, cuja bola entrou pela rede lateral exterior da baliza, foi brindado com a nomeação para o jogo da final da liga europa (tudo em minúscula porque a uefa não merece melhor) entre o Sevilha e o Benfica.
Se a nomeação do incompetente alemão para o jogo já trazia a “pulga” atrás da orelha, mais certo ficamos com os primeiros minutos de jogo, quando dois defesas do Sevilha tiveram entradas violentas sobre o jogador do Benfica, Sulejmani, sendo a segunda entrada faltosa violenta e merecedora de cartão vermelho, tendo o árbitro mostrado o cartão amarelo. Falta esta que retirou do jogo o avançado do Benfica, que teve de ser substituído por lesão logo aos 25 minutos de jogo.
Com o decorrer do jogo, o árbitro alemão fez uma arbitragem deplorável que deixou por marcar três grandes penalidades a favorecer o Benfica, que bastava marcar uma delas para o Benfica sair do jogo como vencedor.
Não contente com todos os erros que cometeu nos 90 minutos de jogo, o árbitro alemão fez vista grossa nos pontapés da marca de grande penalidade quando o guarda-redes do Sevilha, Beto, “o batoteiro”, avançou três metros da linha de baliza antes do jogador do Benfica pontapear a bola. Foram dois lances em que o guarda-redes português do Sevilha cometeu infracção e o árbitro, se não estivesse fisgado a prejudicar o Benfica, teria de mandar repetir a marcação dos penaltis. Não consigo compreender como é possível que três árbitros, dois em cima da linha final e o árbitro principal a quatro metros do guarda-redes não tenham visto a batota do guarda-redes do Sevilha. Mas o certo é que também Cardozo e Rodrigo foram incompetentes a marcar os penaltis.
Não obstante o trabalho miserável de uma equipa de arbitragem alemã, o Benfica perdeu porque os seus jogadores não estiveram ao melhor nível e pecaram em demasia no capítulo da finalização. Os jogadores benfiquistas tiveram, pelo menos, quatro oportunidades para marcar um golo, num jogo em que se via perfeitamente que quem marcasse um golo ganhava a taça.  
Tudo isto vem a propósito de um jogo de futebol, jogo que atrai paixões e ódios. A indústria do futebol movimenta hoje milhares de milhões de euros – ou dólares – em todo o mundo.
Mas um jogo de futebol é um jogo de batota, dentro e fora do campo. Os jogadores, só por si, tornam-se batoteiros, pois são capazes de cometer faltas duras que incapacitam os seus colegas de profissão; fazem tudo para enganar os árbitros, e conseguem quando estes são incompetentes. Muitas vezes um jogador sabe que fez uma falta; sabe que simulou uma grande penalidade; sabe que a bola não lhe pertence quando sai das quatro linhas. Mas tudo faz para enganar e convencer o árbitro de que tem razão.
O futebol também é um palco de hipocrisia, principalmente nos seus adeptos. Muitos que pertencem a clubes contrários apregoam que gostariam que um Clube português ganhasse, mas lá no íntimo querem é que ele perca. Até o próprio futebol, um mero jogo entre dois clubes, encarna em si o que de pior pode existir na sociedade: a hipocrisia, a mentira, a corrupção, o compadrio, a conivência com a ilegalidade.
O futebol é tão alienante que as pessoas perdem a noção da realidade! E o poder político é especialista a aproveitar esta alienação. Enquanto se discute a grande penalidade ou o fora de jogo que ficou por marcar, o poder político vai-se aproveitando desta situação, não só para recolher louros, como para enganar o povo.
Tendo em conta que o futebol é uma indústria que movimenta milhões, quanto perdeu o Benfica no jogo com o Sevilha graças aos erros grosseiros do árbitro alemão? Foram, certamente, uns milhões de euros.
É por isso que o futebol terá, forçosamente, de começar a pensar seriamente na introdução das novas tecnologias no futebol. Tem-se provado que não adianta colocar mais árbitros no terreno de jogo, pois como se viu em Turim, os árbitros de baliza nada fizeram sobre as grandes penalidades cometidas sobre o Gaitan, na primeira parte, e sobre o Lima, na segunda parte, mesmo debaixo do nariz daquelas duas estátuas que se encontravam na linha de baliza, que tinham obrigação de ver as faltas cometidas.
O futebol é um jogo muito caro, pelo que merece que os espectadores sejam respeitados. É por isso que deixei de ir aos campos de futebol. Pago bilhetes caros e saio muitas vezes defraudado com as vergonhosas arbitragens.
O Rugby e o futebol americano já utilizam as novas tecnologias, e não é por isso que os estádios deixam de estar sempre cheios e os apaixonados pela modalidade vão com gosto aos estádios, pois sabem que não vão ser defraudados na sua luta pela legalidade e pela justiça.