Um jogo de futebol disputa-se com uma bola, 11
jogadores de cada lado, uma baliza em cada extremidade do terreno de jogo e uma
equipa de arbitragem. Sem estes últimos não há jogo! Nem que tenham de ir à bancada
recrutar uns árbitros que se julgam entendidos na matéria. O jogo terá de ter
sempre uma equipa de arbitragem. E são estes árbitros que ajuízam os lances que
os jogadores cometem que contrariam as 17 leis que compõem as regras de um jogo
de futebol. Muitas vezes a discricionariedade de um árbitro e da sua equipa,
podem decidir a sorte de um jogo. Ditar um vencedor.
Às vezes nem é no próprio jogo que um árbitro
condiciona uma equipa. Poderá ser num dos jogos anteriores! Por exemplo, no
jogo Juventus - Benfica, da meia-final da Liga Europa, o árbitro expulsou
inexplicavelmente o melhor jogador do Benfica, Enzo Perez, mostrando-lhe
injustamente um cartão amarelo e de seguida mostra-lhe novo cartão (desta vez
justo), expulsando o jogador da partida e, pior que isso, do jogo seguinte, o
da final. O mesmo árbitro mostra, mais uma vez, injustamente um cartão amarelo
a Sálvio, marcando uma falta perigosa contra o Benfica, por uma mão que não
existiu. Também aqui o árbitro retirou Sálvio da equipa do Benfica para o jogo
seguinte, o da final. Numa confusão, o mesmo árbitro mostra o cartão vermelho a
Markovic, que já se encontrava no banco de suplentes, pois tinha sido
substituído, por um pretenso envolvimento numa discussão com um jogador da
Juventus que também estava no banco. Vê-se pelas imagens televisivas, e o
jogador da Juventus confirma, que Markovic em nada teve a ver com a discussão e
que foi injustamente expulso. Mais um jogador fora do jogo da final. E vão três
jogadores retirados da final por um árbitro incompetente, e por sinal dos
jogadores mais competentes e perigosos da equipa do Benfica.
Não adiantou o Benfica reclamar sobre a expulsão de
Markovic, pois a UEFA, uma das organizações considerada, eventualmente, das
mais corruptas do mundo e das mais corporativistas, mesmo com todas as provas e
evidências da inocência do Markovic, decide continuar a defender a decisão de
um árbitro incompetente, e talvez corrupto, que como não pôde colocar a
Juventus na final, como todos pretendiam, inclusive o batoteiro-mor Platini,
que disse alto e bom som que queria a Juventus na final, prejudicou séria e
drasticamente a equipa do Benfica, impedindo três dos seus melhores jogadores
de disputarem a final.
Chegado à final, com o Sevilha, Clube de Espanha,
por sinal um país que se movimenta muito bem nos meandros das instituições
internacionais do futebol, o Benfica viu ser nomeado para esse jogo um árbitro
alemão. Este “artista” do apito, especialista na arte de apitar mal, tão
incompetente que até validou um golo, no campeonato alemão, cuja bola entrou
pela rede lateral exterior da baliza, foi brindado com a nomeação para o jogo
da final da liga europa (tudo em minúscula porque a uefa não merece melhor)
entre o Sevilha e o Benfica.
Se a nomeação do incompetente
alemão para o jogo já trazia a “pulga” atrás da orelha, mais certo ficamos com
os primeiros minutos de jogo, quando dois defesas do Sevilha tiveram entradas
violentas sobre o jogador do Benfica, Sulejmani, sendo a segunda entrada
faltosa violenta e merecedora de cartão vermelho, tendo o árbitro mostrado o
cartão amarelo. Falta esta que retirou do jogo o avançado do Benfica, que teve
de ser substituído por lesão logo aos 25 minutos de jogo.
Com o decorrer do jogo, o árbitro
alemão fez uma arbitragem deplorável que deixou por marcar três grandes
penalidades a favorecer o Benfica, que bastava marcar uma delas para o Benfica
sair do jogo como vencedor.
Não contente com todos os erros
que cometeu nos 90 minutos de jogo, o árbitro alemão fez vista grossa nos
pontapés da marca de grande penalidade quando o guarda-redes do Sevilha, Beto,
“o batoteiro”, avançou três metros da linha de baliza antes do jogador do
Benfica pontapear a bola. Foram dois lances em que o guarda-redes português do
Sevilha cometeu infracção e o árbitro, se não estivesse fisgado a prejudicar o
Benfica, teria de mandar repetir a marcação dos penaltis. Não consigo
compreender como é possível que três árbitros, dois em cima da linha final e o
árbitro principal a quatro metros do guarda-redes não tenham visto a batota do
guarda-redes do Sevilha. Mas o certo é que também Cardozo e Rodrigo foram
incompetentes a marcar os penaltis.
Não obstante o trabalho miserável
de uma equipa de arbitragem alemã, o Benfica perdeu porque os seus jogadores
não estiveram ao melhor nível e pecaram em demasia no capítulo da finalização.
Os jogadores benfiquistas tiveram, pelo menos, quatro oportunidades para marcar
um golo, num jogo em que se via perfeitamente que quem marcasse um golo ganhava
a taça.
Tudo isto vem a propósito de um
jogo de futebol, jogo que atrai paixões e ódios. A indústria do futebol
movimenta hoje milhares de milhões de euros – ou dólares – em todo o mundo.
Mas um jogo de futebol é um jogo
de batota, dentro e fora do campo. Os jogadores, só por si, tornam-se
batoteiros, pois são capazes de cometer faltas duras que incapacitam os seus
colegas de profissão; fazem tudo para enganar os árbitros, e conseguem quando
estes são incompetentes. Muitas vezes um jogador sabe que fez uma falta; sabe
que simulou uma grande penalidade; sabe que a bola não lhe pertence quando sai
das quatro linhas. Mas tudo faz para enganar e convencer o árbitro de que tem
razão.
O futebol também é um palco de
hipocrisia, principalmente nos seus adeptos. Muitos que pertencem a clubes
contrários apregoam que gostariam que um Clube português ganhasse, mas lá no íntimo
querem é que ele perca. Até o próprio futebol, um mero jogo entre dois clubes, encarna
em si o que de pior pode existir na sociedade: a hipocrisia, a mentira, a
corrupção, o compadrio, a conivência com a ilegalidade.
O futebol é tão alienante que as
pessoas perdem a noção da realidade! E o poder político é especialista a
aproveitar esta alienação. Enquanto se discute a grande penalidade ou o fora de
jogo que ficou por marcar, o poder político vai-se aproveitando desta situação,
não só para recolher louros, como para enganar o povo.
Tendo em conta que o futebol é
uma indústria que movimenta milhões, quanto perdeu o Benfica no jogo com o
Sevilha graças aos erros grosseiros do árbitro alemão? Foram, certamente, uns
milhões de euros.
É por isso que o futebol terá,
forçosamente, de começar a pensar seriamente na introdução das novas
tecnologias no futebol. Tem-se provado que não adianta colocar mais árbitros no
terreno de jogo, pois como se viu em Turim, os árbitros de baliza nada fizeram
sobre as grandes penalidades cometidas sobre o Gaitan, na primeira parte, e
sobre o Lima, na segunda parte, mesmo debaixo do nariz daquelas duas estátuas
que se encontravam na linha de baliza, que tinham obrigação de ver as faltas
cometidas.
O futebol é um jogo muito caro,
pelo que merece que os espectadores sejam respeitados. É por isso que deixei de
ir aos campos de futebol. Pago bilhetes caros e saio muitas vezes defraudado
com as vergonhosas arbitragens.
O Rugby e o futebol americano já
utilizam as novas tecnologias, e não é por isso que os estádios deixam de estar
sempre cheios e os apaixonados pela modalidade vão com gosto aos estádios, pois
sabem que não vão ser defraudados na sua luta pela legalidade e pela justiça.