quarta-feira, 18 de junho de 2014

PROSTITUIÇÃO E CONTRABANDO VAI SER CONTABILIZADO NO PIB



Se alguma, mesmo um pequeno resquício, dúvida houvesse de que os decisores das instituições europeias estão de cabeça perdida, as últimas decisões dissiparam toda essa suspeita de que, de facto, estamos a ser geridos por um bando de loucos.
Só alguém eivado de laivos de loucura; gente que vive num autismo inaudito; gente que só ouve o seu círculo de amigos, que por sinal pensam da mesma forma; tropa onde se reúnem sempre os mesmos; e figuras que não aceitam reconhecer os erros que cometeram e, por isso, agravam os erros e o ridículo, só podem estar atingidos por um raio de extravagância que atropela todos os cânones. Refiro-me da nova medida “inventada” pelos responsáveis das instituições europeias de integrar como valor do PIB dos países da zona euro a economia ilegal, como a prostituição, o contrabando, o tráfico de droga, etc, que vai passar a ser contabilizado pelo EUROSTAT para cálculo do PIB.
Esta nova invenção dos líderes europeus confina-se, no essencial, à confirmação de que estamos a ser geridos por loucos que não conseguem – ou não querem – ver a sua incapacidade e incompetência na gestão das instituições que movem a vida de milhões de pessoas.
Estamos a viver numa nave que é conduzida por loucos. Loucos que vivem numa cápsula que os defende da contaminação pelo vírus da realidade pura e dura. Alienados que acham que a sua missão é continuar a zelar pelo seu interesse pessoal, pelo ganho financeiro, e, acima de tudo, para não se vergarem à realidade de que a fórmula que estão a utilizar no seu caldeirão está a esturricar a vida de 99% da população da zona euro.
Pois só mesmo quem está desfasado da realidade é que poderá conceber e implementar a ideia de adulterar os valores do PIB de um país para continuar na sua alienação da vida real. Só alguém completamente destituído de razão; só quem está a naufragar é que procura agarrar-se a tudo o que está à mão na tentativa tola de se salvar do ridículo. Só que estes loucos que circulam nesta nave salvam-se mesmo, pois são intocáveis: não são eleitos, não se confrontam com as pessoas, vivem dentro de luxuosos escritórios e hotéis, viajam em classe executiva nos aviões (quando não é em aviões privados), circulam em carros de luxo com os vidros fumados. Ninguém os vê, mas eles também não querem ver ninguém. São os loucos (como os de Lisboa, segundo a canção) que nos querem convencer que a terra gira ao contrário e os rios nascem no mar.
O que nos dói é mesmo o facto de que estes indivíduos destituídos de ética, de moral e de razão continuam a não aceitar o descalabro que causaram à Europa. Não querem ver o abismo para onde conduziram o povo. Não assumem, de uma vez por todas, que a receita que prescreveram matou o doente antes de o curar. Não querem ver para além do seu nariz, tão cegos que estão em implementar as suas diatribes. Há nos hospícios da Europa gente com mais razão que estes loucos que conduzem a nave europeia. E o certo é que ninguém os trava. Ninguém os pára.
Para mascararem os números da economia dos países, que estão completamente destroçados, menos na Alemanha, é claro, esta tropa fandanga, estes pandilhas, estes alienados, decidiram passar a contabilizar, para aumentar os números do PIB, a prostituição, o contrabando, o tráfico de armas, o tráfico de droga, o tráfico de seres humanos, etc. Tudo o que poderá ser acrescentado ao PIB é contabilizado.
Estão a acrescentar ao PIB valores que ninguém conhece. Valores que são uma mera suposição. Valores que são extrapolados e que empiricamente são difíceis de comprovar. É esta a artimanha dos loucos para aumentarem os valores do PIB e, por conseguinte, diminuir em percentagem os valor da dívida pública (não de forma nominal) e assim conseguem martelar, mascarar, os números para nos dizerem que as medidas de austeridade preconizadas estão a correr bem e que está tudo no bom caminho... Com esta decisão vamos continuar a viver num mundo de fantasia.
Em Portugal, inserindo já as novas formas de cálculo para o PIB, a prostituição, o contrabando, o tráfico de droga, etc., artificialmente o PIB terá contabilizado cerca de 700 milhões de euros, o equivalente a 0,4% do PIB.
O certo é que ninguém pára estes loucos?

segunda-feira, 16 de junho de 2014

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS DEVERIAM SER EM MARÇO DE 2015



Dadas as circunstâncias, sou de opinião que as próximas eleições Legislativas deveriam realizar-se em Março/Abril de 2015 e não em Setembro/Outubro desse mesmo ano, como defendem muitos actores políticos.
Para sustentar a minha tese, apresento três razões substantivas: i) O DEO de 2016 terá de ser enviado para a União Europeia pelo governo português até Junho de 2015; ii) O Orçamento do Estado de 2016 deverá ser elaborado desde a raiz pelo próximo governo eleito; iii) as Legislaturas têm o prazo de quatro anos e não quatro anos e meio.
Assim, alicerço a minha opinião justificando cada uma das razões acima aduzidas.
A primeira prende-se com o facto do governo português apresentar à União Europeia, obrigatoriamente até Maio/Junho de cada ano, o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) para o ano seguinte. Nesse sentido, não faz qualquer sentido o DEO ser apresentado por um governo em fim de ciclo e sem certezas de que o Primeiro-ministro será o mesmo. Não será politicamente correcto, e é incompreensível, que um governo possa condicionar a acção governativa do governo seguinte, ao elaborar as linhas mestras de orientação orçamental para o governo seguinte, que, dessa forma, se vê condicionado na sua governação e na implementação do seu programa de governo com a obrigatoriedade de dar cumprimento a medidas preconizadas pelo anterior governo.
A segunda das razões a que me refiro prende-se com a elaboração do Orçamento do Estado para o ano seguinte (2016). Todos sabemos que o Orçamento do Estado tem de ser entregue na Assembleia da República, para início da discussão e consequente aprovação no mês de Outubro. Ora, realizando-se as eleições Legislativas em Setembro/Outubro de 2015, o novo governo eleito não tem tempo de elaborar o seu Orçamento do Estado para o ano seguinte. Ao não ter tempo de elaborar o Orçamento, o novo governo perde um ano para iniciar a implementação das medidas governativas que tinham sido sufragadas nas urnas pelos eleitores portugueses, dado que é obrigado a trabalhar com o Orçamento do Estado elaborado e aprovado pelo governo cessante até concluir o seu orçamento e pode ter necessidade de no início de 2016 ter de trabalhar com base em duodécimos. Nesse sentido, esta é uma medida condicionante para o próximo governo e que deveria ser evitada.
Por fim, a terceira razão que aponto deve-se ao tempo de duração da legislatura, pois esta, tendo a duração de quatro anos – que se completam em Junho de 2015 –, ao estender-se até Setembro/Outubro de 2015 vai ultrapassar em muito essa validade.
O que entendo é que, principalmente com base nas duas primeiras razões que apresento, o Presidente da República, Cavaco Silva, para bem do País, da Democracia e da legitimidade eleitoral deveria marcar as próximas eleições Legislativas para o mês de Março/Abril de 2015, pois dessa forma daria a oportunidade para que seja o novo governo a elaborar os Documento de Estratégia Orçamental para as instituições europeias e assim iniciar o seu comprometimento com o programa político e eleitoral que apresentou aos eleitores.
Se agir assim, Cavaco Silva demonstra responsabilidade democrática e respeita pelos portugueses e o país. Caso não aja assim, Cavaco Silva está a prestar um mau serviço ao País e só está a pensar no seu partido.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

SAÍDA LIMPA COM MUITA SUJIDADE



Passos Coelho, com a sua trupe, anunciou a "saída limpa" de Portugal do memorando de entendimento.
Coelho expôs as razões alardeando para si e para o seu governo os louros por tal saída.
Mas, queiramos quer não, não chega repetir muitas vezes a mesma mentira para enganar toda a gente. O governo pode enganar muitos portugueses, mas não os engana, felizmente, a todos.
A tal "saída limpa" não é mérito do governo de Passos Coelho, é uma imposição da União Europeia, pois há países que não querem continuar a colaborar com a ajuda externa aos tais países do Sul. Não tenhamos dúvida que a Grécia também vai ter uma "saída limpa"!
Passos Coelho não disse, porque não convinha, mas a tal "saída limpa" já anda há muito tempo a ser preparada. A decisão do BCE em assumir a dívida dos países incumpridores perante os credores externos foi a pedra angular para que os tais ditos mercados baixassem as taxas de juro a Portugal, mas também à Irlanda e, imagine-se, à Grécia. Portanto, estamos perante uma primeira farsa!
Outra razão para a descida de juros para os países denominados de PIIGS, prende-se com a redução drástica da evolução da economia nos países emergentes e a sua instabilidade social, como é o caso do Brasil, que deu motivos para que os investidores se virassem de novo para a Europa, mesmo recebendo menos pela taxa de juro, mas com a garantia do BCE de que receberiam o seu taco. Garantia que não têm nos países emergentes.
Também internamente o governo de Passos Coelho criou uma série de manigâncias para poder clamar a dita vitória da "saída limpa" do programa de regaste e fazer o "seu" 25 de Abril e o 1640 do "salta-pocinhas" Portas.
O governo começou por adiar o pagamento da dívida que se vencia em 2013 e em 2014 para os anos de 2015 e 2016. Foi o "empurrar" para a frente os compromissos, adiando o pagamento - a primeira reestruturação da dívida, palavra que o nosso (des)governo tanto demoniza.
Seguiu-se a manigância, com o apoio das instituições europeias e os mercados, de construir um aforro de 15 mil milhões de euros, valor que serve de almofada para o governo poder entrar na deriva populista eleitoral que se aproxima
A tal vitória da "saída limpa" está alicerçada numa narrativa falsa que vai trazer problemas, no futuro, aos portugueses, pois estaremos sempre na mira da austeridade de um governo sem vergonha e aldrabão até ao tutano, até porque o governo esconde dos portugueses a carta de intenções que assinou e entregou ao FMI. Basta só olharmos para o que tem sido dito pelo governo acerca do DEO para 2015, onde, mais uma vez, assistimos a uma subida de impostos e as abantesmas que nos governam a dizer que não há aumento de impostos. Nova semântica de um governo com palas que vai obrigar à alteração forçada do dicionário da Língua Portuguesa. Depois ainda temos o pandilha Portas, um sem palavra e sem vergonha, pantomineiro de primeira. Então não foi esta triste criatura, causador de náuseas e vómitos quando abre a boca, que anunciou a "sete línguas" que na TSU dos reformados havia uma linha vermelha que não ultrapassava? Então os 2% sobre as reformas a partir de mil euros não é uma TSU?
Para esta manigância este governo continua a gastar os impostos dos portugueses. Passos Coelho deveria ser obrigado a anunciar, mas esse era um papel do "monarca" Silva, quanto custa aos contribuintes portugueses, em juros, a manutenção da dita almofada de 15 mil milhões de euros. Pois bem, para esta merda de governo iniciar a deriva populista e eleitoralista até 2015, só em juros anuais os portugueses pagam 435 milhões de euros. É esta a "saída limpa"?
Portanto, nós não temos qualquer "saída limpa", o que temos é uma grande sujidade no comportamento do governo e dos partidos que o suportam na Assembleia da República, tudo com a conivência vergonhosa do monarca de Belém.
Depois como podem falar em "saída limpa"? Então a troika não vai continuar a vir a Portugal, de seis em seis meses, monitorizar Portugal até 2035 ou até ser pago 75% da dívida?
Tanta festa ocorreu no passado dia 17 de Maio, o dia previsto para a libertação?  Poderemos olhar para a situação do País e procurarmos ver quais são os indicadores económicos, financeiros e sociais que melhoraram nestes últimos 3 anos?
O PIB Baixou; a dívida aumentou; o desemprego subiu; a emigração cresceu; os salários foram reduzidos; os rendimentos da maioria das famílias caíram para números de antes do 25 de Abril; o acesso à Saúde piorou; a Educação está um caos; a Justiça ficou tão cara que o cidadão mais comum deixou de ter rendimentos para recorrer à justiça; a classe média decresceu; o fosso entre os ricos e os pobres aumentou; os 10 mais ricos de Portugal aumentaram a sua fortuna; a maioria dos Portugueses viu cair os seus rendimentos; as exportações aumentaram, mas muito à custa de bens não transaccionáveis; os apoios sociais foram cortados; os reformados viram cortadas as suas pensões; o número de falências cresceu; perderam-se milhares de postos de trabalho; os impostos tiveram um aumento colossal.
Estes são apenas alguns exemplos que deviam fazer corar de vergonha os nossos governantes!
Portanto, perante um quadro desta natureza, o que leva os governantes a clamarem tanta vitória? Talvez só o ódio que alguns têm ao povo português. Talvez porque alguns têm contas a ajustar com os portugueses quando ocorreu a descolonização, pois estamos perante um dominado que tudo fez para se tornar dominante e vingar-se, será?
Depois resta acrescentar o embuste em que estamos a ser envolvidos. A tal ida aos mercados ainda não foi devidamente posta à prova. Nos últimos tempos Portugal foi aos mercados colocar dívida de 500, 800 ou mesmo mil milhões de euros. Ora esse é um valor demasiado baixo e os investidores não têm qualquer problema em comprar dívida a uma taxa de juro mais baixa.
Mas a verdadeira prova de fogo de um governo é ir aos mercados, sem qualquer apoio, colocar dívida de 5 mil ou 10 mil milhões de euros, e então ver se os mercados acreditam no país e compram dívida a juros baixos. Essa é que é a verdadeira prova para Portugal. Tudo o resto, é palha!

CONSENSOS PEDE CAVACO



No discurso de ontem, 10 de Junho, na Guarda, Cavaco Silva (mesmo depois do “badagaio” que lhe deu) veio, pela milésima vez, falar em consensos e em entendimentos entre os partidos.
Para justificar esta cantilena, Cavaco fala em dar «esperança aos portugueses». O Presidente da República não tem outro tipo de discurso! Cavaco só pede entendimentos entre os partidos devido à sua limitação intelectual e ao facto de ser um apologista do “pensamento único?”, aliás o que vigora hoje na Europa.
Esta forma de pensar torna a política e a existência de partidos políticos inúteis! Para que todos pensem da mesma forma, como pretende Cavaco, não é necessário existir partidos e haver eleições. A política só pode sobreviver se houver confronto de ideias; se existirem pontos de vista diferentes; se for oferecido às pessoas alternativas de governação. Só dessa forma a Democracia perdura, pois Democracia não é apenas o direito de votar e a liberdade de expressão. Democracia corresponde, também, à liberdade de escolha, ao direito do povo de decidir por ele mesmo que tipo de políticas quer ver implantada no seu país. E não o pensamento único, o consenso, o entendimento, conforme preconiza Cavaco Silva.
Só o simples facto de haver a possibilidade de uma alternativa é que leva o povo a votar. Caso se imponha uma alternância de poder – como hoje se assiste – como defende Cavaco, as pessoas não se dão ao trabalho de ir votar. Daí a elevada percentagem de abstenção que se vem assistindo nos últimos actos eleitorais.
O papel de um Presidente da República é muito mais lato do que aquele de andar a apregoar entendimentos e consensos. O Presidente da República é o garante da democracia; é o fiel defensor dos preceitos constitucionais – conforme jurou na tomada de posse. Só com uma presidência activa é que um país como Portugal poderá respeitar a Constituição e os seus governos poderão respeitar as pessoas. O povo massacrado por poderes fácticos, que em busca do lucro desenfreado, que dominam o espectro político do governo, que submisso aos interesses do mundo dos negócios não tem pejo em deliberar em prejuízo daqueles que mais sacrificados são: as pessoas que trabalham, os mais necessitados, os doentes e os desempregados e não tem ao seu lado a voz defensora do Presidente da República.
Um Presidente da República terá de ser uma voz avisada e atenta; tem de dar um sinal forte ao governo do descontentamento popular; terá de ser um ouvidor dos sentimentos de frustração de um povo que se sente enganado todos os dias por um governo sem escrúpulos. O papel do Presidente da República terá de ser activo e não reactivo! Terá de ser o primeiro a suscitar e a pedir esclarecimento das dúvidas.
O Presidente da República não poderá continuar a caucionar um governo que faz o mal e a caramunha a um povo indefeso. Um mar de gente sem esperança não deve continuar a ser discriminada num mundo voraz, que apregoa a excelência e o mérito, mas que olhando para o interior de um governo que desempenha o papel de capataz, de feitor, é o exemplo da mediocridade e do demérito.
Compete, pois, ao Presidente da República ser o garante do bom funcionamento das instituições e da separação dos poderes. Cavaco Silva deveria ter aproveitado o 10 de Junho, não para continuar a falar do mesmo, do entendimento, dos consensos, para avisar o governo do seu mau comportamento; notificar o governo de que não pode nem deve pressionar o Tribunal Constitucional, nem tampouco promover um ataque tão absurdo aos juízes do Tribunal Constitucional.
Mas não foi nada disto que Cavaco fez e disse no 10 de Junho, na Guarda. Cavaco foi igual a ele próprio: um Presidente sem rasgos, medíocre, sem capacidade para ler a democracia e a vontade do povo. Apenas se comporta de forma “autista”, procurando não confrontar o governo do seu partido. Cavaco, mais uma vez, pôs os interesses partidários à frente do País?