segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

SAÍ DA MODORRA DO FIM-DE-SEMANA



SAÍ DA MODORRA DO FIM-DE-SEMANA

Não sei porquê! Procurei, neste fim-de-semana que terminou, abster-me de tudo. Não fui para fora passar o fim-de-semana, não! A minha situação não permite gastos.
O desemprego subiu de forma descomunal. Serão cerca de um milhão e quinhentos mil os desempregados, sendo que quase um milhão está registado nos Centros de Emprego. Se a estes acrescentarmos os cerca de 200 mil que emigraram no último ano e meio, podemos ver bem a razia que a austeridade e a política de “terra queimada” ao emprego está a transformar Portugal.
Para juntar à incompetência do governo, temos o cinismo do Primeiro-ministro – eventualmente ficará para a história de Portugal como o chefe de governo mais incompetente do País, bem pior que a rainha D. Maria. Passos Coelho tem o topete, perante os números descomunais de desemprego em Portugal, provocados pela sua governação, de dizer que o desemprego não lhe tira o sono. Isto é vergonhoso! Como é possível um Primeiro-ministro dizer uma coisa destas? Isto é gozar com as centenas de milhar de desempregados que não conseguem regressar ao trabalho, fruto das políticas defendidas por Passos Coelho. Desempregados que perdem o sono por não terem trabalho, e ouvem o principal responsável a gozar com eles, dizendo que o desemprego não lhe tira o sono! É deplorável.
Dizia eu, que me encafuei em casa como se estivesse numa caverna soturna. Não li jornais e não vi televisão. Por isso fiquei a Leste de tudo o que se passou no nosso País.
Hoje regressei ao “mundo”. E logo de manhã, numa resenha noticiosa do fim-de-semana, vi num canal de televisão uma passagem sobre o acontecimento de sexta-feira na Assembleia da República, quando umas dezenas de cidadãos, nas galerias da Assembleia, começaram a cantar a “Grândola Vila Morena”, interrompendo a intervenção do Primeiro-ministro, Passos Coelho.
Nesta reportagem olhei com atenção para o comportamento de Passos Coelho. Este demonstrou um desdém para com aqueles que lhe mostravam o seu desagrado; o seu sorriso amarelo era cínico, dando a sensação que, interiormente, estava a gozar com as pessoas, parecia sentir-se feliz com o que está a fazer aos portugueses e ao País. Um horror! Mas as palavras que dirigiu no final, mostrando compreensão, em nada o ilibam do seu ar de gozo para com aqueles que se mostravam indignados.
Não gostando muito do anterior Primeiro-ministro, digo que preferia o rosto arrogante de José Sócrates – que mostraria numa situação destas -, do que este rosto cínico, querendo mostrar simpatia, de Passos Coelho, pois este demonstra que interiormente se sente satisfeito com tudo o que está a fazer ao País. Também nesta mesma reportagem já o vi, hoje de manhã, a mostrar-se preocupado com a responsabilidade social. Mas será que este governo alguma vez se preocupou com a responsabilidade social? Se assim fosse não teria pago ao FMI para fazer a parte de mau na elaboração de um relatório que o governo – Coelho, Gaspar, Pereira e Soares – quer aplicar a Portugal, criando empobrecimento e miséria, como é a intenção de cortar 4 mil milhões de euros, de forma definitiva, no Estado Social (Saúde, Educação e Segurança Social).
Agora o defensor dos lavradores e dos contribuintes é o responsável pela elaboração do documento do corte. Passos Coelho e o PSD lançaram o isco, Portas caiu que nem um “tordo” na armadilha. Ao ficar responsável pela escolha de onde cortar os 4 mil milhões, Passos Coelho, Gaspar e o PSD lavam, dessa forma, as suas mãos, imputando a Portas essa responsabilidade.
Ao oferecer este “presente envenenado” a Portas, Coelho e o PSD garantem a legislatura até ao fim, tendo tempo suficiente para destruir a coesão social em Portugal e voltar aos anos sessenta do século passado. Quanto a Portas, se sobreviver como político, certamente que o CDS terá o seu fim, pois em 2014 o PSD irá empurrar para Portas a responsabilidade na escolha dos cortes. Portas arranjará uma colocação internacional, como têm feito todos aqueles que anteriormente desgraçaram Portugal.
Também vi nestas notícias de segunda-feira as manifestações da CGTP. Penso que estas manifestações já não estão a surtir efeito. São mais do mesmo, e os trabalhadores já se sentem cansados. Ou surgem novos movimentos inorgânicos que consigam agregar à sua volta todo o descontentamento dos portugueses, ou este tipo de manifestações e greves apoiadas pela CGTP vai criar efeito contrário ao pretendido, pois irá lançar os trabalhadores contra os outros trabalhadores (caso dos transportes) e o governo vai explorando esta situação.
Assim voltei ao mundo real; ao mundo das desgraças. Já agora, seria bom que se tivesse em conta o vídeo que anda no YouTube sobre os espanhóis em manifestação a cantar “Grândola Vila Morena”.