Em 2008, o mundo entrou numa
crise financeira comparável apenas à ocorrida em 1929. E por detrás de toda
esta crise, que tem levado à ruina social milhões de europeus, estão os bancos.
Esse mundo obscuro da finança capturou o mundo político em toda a sua
verdadeira acepção e acorrentou políticos, legisladores e tecnocratas das
instituições europeias e internacionais, que se habituaram a ir à manjedoura
da finança encher o bornal, para defenderem os interesses do mundo da banca.
Os políticos, por interesses
meramente individuais e, em alguns casos, corporativos, deixaram-se enredar na
teia montada pela alta finança. E, assim, o mundo financeiro passou a deter as
rédeas do mundo.
Sendo assim, não restam dúvidas
de que a banca – comercial e especulativa – trataram de atar aos seus
interesses os políticos, sejam do poder executivo, seja do legislativo, coarctando-lhes
a liberdade e obrigando-os a vergarem-se perante os mandos do capital
especulativo. Foi semeado um pasto onde todos os especuladores se podem lambuzar,
deixando meramente uns restos do pasto para os petulantes subservientes que se
ajoelham perante um mero prato de lentilhas.
A banca entrou numa espiral de
loucura e de falências sem comparação nos últimos sete anos. Por isso, logo
trataram de impor aos políticos vergados aos seus interesses a aprovação de
legislação que promovesse a legalização da roubalheira que a banca promove
junto dos pobres clientes. É do conhecimento geral que praticamente todas as
pessoas têm a necessidade de ter uma conta aberta num banco, seja para receber
o salário, um subsídio, a reforma, etc.
A banca descobriu como se poderia
financiar, sem custos, de forma encapotada, e, vai daí, exige aos políticos,
que se encontram de joelhos perante este sorvedouro de interesses, que promovam
a legalização desse financiamento através da aprovação da cobrança de despesas
de manutenção das contas, inventadas pelos bancos.
Dessa forma, os bancos começam a
“saquear” as contas dos pobres miseráveis que recebem o seu salário, a sua
reforma, o seu subsídio, pois decidiram impor um tecto alto como limite ao
valor a ter depositado na conta à ordem ou em aplicações.
Não há pudor, ética e vergonha no
mundo da alta finança. Por isso, um reformado que recebe 156,00€/mês de reforma
vê a Caixa Geral de Depósitos retirar da sua conta, como despesas de
manutenção, o valor de 10,40€, acrescido do valor de imposto de selo que
reverte para os cofres do Estado.
Outro exemplo é vergonhosamente
dado pelo Millennium bcp, que tem o topete de roubar 5,20€/mês, mais o valor de
imposto de selo que reverte para o Estado, a uma conta que tem à ordem cerca de
5 mil euros, mas pouco movimentada por necessidade.
Portanto, como é possível que o
governo permita este abuso dos bancos? A existência de uma conta bancária para
as pessoas é uma necessidade.
Agora, é por demais aberrante a
legalização desta roubalheira, pois andam os que pouco dinheiro têm a ser
espoliados para sustentar a manigância da banca e os desmandos dos conselhos de
administração e a encher o bandulho em dividendos para uma trupe que nada
produz.
Haja coragem política de
enfrentar este lóbi da banca que é funesto para os pobres portugueses!