segunda-feira, 20 de julho de 2015

A ROUBALHEIRA LEGALIZADA

Em 2008, o mundo entrou numa crise financeira comparável apenas à ocorrida em 1929. E por detrás de toda esta crise, que tem levado à ruina social milhões de europeus, estão os bancos. Esse mundo obscuro da finança capturou o mundo político em toda a sua verdadeira acepção e acorrentou políticos, legisladores e tecnocratas das instituições europeias e internacionais, que se habituaram a ir à manjedoura da finança encher o bornal, para defenderem os interesses do mundo da banca.
Os políticos, por interesses meramente individuais e, em alguns casos, corporativos, deixaram-se enredar na teia montada pela alta finança. E, assim, o mundo financeiro passou a deter as rédeas do mundo.
Sendo assim, não restam dúvidas de que a banca – comercial e especulativa – trataram de atar aos seus interesses os políticos, sejam do poder executivo, seja do legislativo, coarctando-lhes a liberdade e obrigando-os a vergarem-se perante os mandos do capital especulativo. Foi semeado um pasto onde todos os especuladores se podem lambuzar, deixando meramente uns restos do pasto para os petulantes subservientes que se ajoelham perante um mero prato de lentilhas.
A banca entrou numa espiral de loucura e de falências sem comparação nos últimos sete anos. Por isso, logo trataram de impor aos políticos vergados aos seus interesses a aprovação de legislação que promovesse a legalização da roubalheira que a banca promove junto dos pobres clientes. É do conhecimento geral que praticamente todas as pessoas têm a necessidade de ter uma conta aberta num banco, seja para receber o salário, um subsídio, a reforma, etc.
A banca descobriu como se poderia financiar, sem custos, de forma encapotada, e, vai daí, exige aos políticos, que se encontram de joelhos perante este sorvedouro de interesses, que promovam a legalização desse financiamento através da aprovação da cobrança de despesas de manutenção das contas, inventadas pelos bancos.
Dessa forma, os bancos começam a “saquear” as contas dos pobres miseráveis que recebem o seu salário, a sua reforma, o seu subsídio, pois decidiram impor um tecto alto como limite ao valor a ter depositado na conta à ordem ou em aplicações.
Não há pudor, ética e vergonha no mundo da alta finança. Por isso, um reformado que recebe 156,00€/mês de reforma vê a Caixa Geral de Depósitos retirar da sua conta, como despesas de manutenção, o valor de 10,40€, acrescido do valor de imposto de selo que reverte para os cofres do Estado.
Outro exemplo é vergonhosamente dado pelo Millennium bcp, que tem o topete de roubar 5,20€/mês, mais o valor de imposto de selo que reverte para o Estado, a uma conta que tem à ordem cerca de 5 mil euros, mas pouco movimentada por necessidade.
Portanto, como é possível que o governo permita este abuso dos bancos? A existência de uma conta bancária para as pessoas é uma necessidade.
Agora, é por demais aberrante a legalização desta roubalheira, pois andam os que pouco dinheiro têm a ser espoliados para sustentar a manigância da banca e os desmandos dos conselhos de administração e a encher o bandulho em dividendos para uma trupe que nada produz.

Haja coragem política de enfrentar este lóbi da banca que é funesto para os pobres portugueses!