domingo, 27 de setembro de 2015

PASSOS COELHO CONTINUA A MENTIR SEM VERGONHA

Aqueles que se candidatam a um lugar, devem demonstrar ética e
respeito pelos outros, e não mentir desbragadamente

Estas semanas de campanha eleitoral têm-nos trazido à colação o carácter de Passos Coelho, mormente na sua arte de mentir quando se discute a situação de Portugal e as medidas tomadas.
Mentir às pessoas sobre qualquer assunto é condenável! Mentir reiteradamente é uma questão patológica. Quando se está numa campanha eleitoral não deveria ser utilizada a mentira para conquistar o apoio das pessoas, pois assim serão enganadas.
Todavia, o povo português deveria exigir aos candidatos que falem do programa que se propõem apresentar caso sejam eleitos. O Partido Socialista tem um programa que o apresentou e o seu líder, António Costa, tem feito passar a mensagem sobre o teor do programa. Mais: o programa eleitoral do PS foi escrutinado pela oposição, tendo a coligação da direita, Portugal à frente (PàF) feito 29 perguntas ao PS, questionando-o sobre a forma como iria implementar essas medidas. O PS respondeu, explicou e até fez um desenho à PàF da forma como o seu programa eleitoral iria ser implementado caso fosse essa a vontade dos portugueses nas eleições de 4 de Outubro.
Em contrapartida, a PàF não tem nenhum programa para apresentar. Coelho e Portas andam a discutir o programa do PS. A PàF procura fugir do balanço dos seus 4 anos de governação como o diabo foge da cruz. Coelho e Portas continuam a falar, a mentir, a intrigar, a abjurar o seu governo como se ainda estivessem em 2011.
Para fugir à discussão dos 4 anos da sua governação (2011 a 2015), Passos Coelho passa por eles como raposa em vinha vindimada, pelo que a única forma que encontra é mentir desbragadamente aos portugueses, sem vergonha na cara, tal e qual o fez em 2011. Julgo que os portugueses já estão avisados sobre as mentiras de Coelho e não voltarão a cair na mesma esparrela.
De concreto é que Passos Coelho no último debate, nas rádios, com António Costa, destilou 8 mentiras que convém desmontar, pois da mentira repetida muitas vezes pode transformar-se erradamente em verdade.
1.ª MENTIRA: “Generalizámos os doze anos de escolaridade obrigatória. Foi uma medida que o PS prometeu em 2005 mas que nunca saiu do papel.”
O PS foi quem sempre defendeu a escolaridade obrigatória de 12 anos. Por isso, em 2009, o PS aprovou na Assembleia da República, com a abstenção do PSD e do CDS, a legislação que implementava em Portugal a escolaridade obrigatória de 12 anos.
O que o governo de Passos Coelho fez foi, pura e simplesmente, aplicar a legislação criada pelo PS em 2009.
Portanto, Passos Coelho mentiu conscientemente.
2.ª MENTIRA: “(…) por exemplo, em medida de estágios, faz com que, no final desse processo, cerca de dois terços dos jovens que fizeram os estágios tenham emprego.”
Esta mentira de Passos Coelho tem perna curta e não é preciso muito esforço para a desmontar. Para isso basta analisarmos o relatório do Tribunal de Contas, em 2014, que refere que apenas 33% dos estagiários foram integrados após a conclusão do estágio. Ou seja, concluído o estágio, apenas um em cada três estagiários ficaram empregados voltando os outros dois à condição de desempregados.
Portanto, mais uma mentira de Passos Coelho, pois é 1 em cada 3 e não 2 em cada 3, conforme afirmou Passos Coelho.
3.ª MENTIRA: “Fomos nós que aplicamos essa condição de recursos no Complemento Solidário para Idosos e por via da aplicação dessa condição de recursos, evidentemente, houve menos pessoas a receberem o Complemento Solidário para Idosos.”
Nesta lapidar afirmação, Coelho mostra que não tem qualquer problema em mentir, pois bastava os idosos que recebem o CSI ouvir isto que o desmentiam de imediato, dado terem, desde a criação do CSI, sido sempre obrigados a apresentados documentação que comprovava a necessidade desse apoio.
O que este Governo fez foi cortar o valor desta prestação, em janeiro de 2013, e aumentar a idade de acesso de 65 anos para 66 anos, no início de 2014. Foi assim que retirou o apoio a dezenas de milhares de idosos pobres.
4.ª MENTIRA: “(…) nós conseguimos sempre cumprir as metas do défice (…)”
Para desmontar a mentira, aqui vão os números: As metas para o défice que constam do primeiro documento oficial que o governo apresentou (DEO 2011/15 – agosto de 2011) não foram cumpridas. Em 2012, o défice deveria ter sido de 4,5% e foi de 5,6%; em 2013, deveria ter sido de 3% e foi de 4,8%; em 2014, deveria ter sido de 1,8% e foi de 4,5% - hoje, dia 23, foi anunciado pelo INE que o défice passou a 7,2% graças ao dinheiro injectado pelo governo no Novo Banco; e em 2015, deveria ser de 0,5% e será de 3,2%, de acordo com a previsão do FMI.
5.ª MENTIRA: “Conseguimos criar emprego para recuperar a destruição durante o período mais forte de crise”
O governo destruiu 445 mil empregos durante o período mais forte de crise, antes dos chumbos do Tribunal Constitucional. Portugal hoje tem menos 200 mil empregos que quando a PàF entrou no governo em 2011. A perda seria ainda superior se se considerassem os programas ocupacionais que este governo usa para mascarar as estatísticas do emprego.
Se a comparação for feita com a estratégia definida pelo governo no início do mandato (de novo, DEO 211/15 de agosto de 2011) temos hoje menos 300 mil empregos.
6.ª MENTIRA: “Tivemos, mesmo no contexto do memorando de entendimento, de reduzir o tipo de benefícios na área da educação e da habitação. (…) O que é que nós fizemos? (…) até alargamos os benefícios existentes quer naquilo a que chamamos as despesas de natureza familiar, mas também na área da educação”
Depois de estar no Governo mais de três anos, Passos Coelho avançou com aquilo a que chamou de “Reforma do IRS”. As alterações que introduziu no último ano de governação em nada se assemelham com uma reforma.
A verdadeira reforma do IRS foi introduzida por Victor Gaspar, quando introduziu alterações no IRS para aumentar este imposto. Quem não se lembra, e quem não sentiu na sua vida, o “enorme aumento de impostos” de Victor Gaspar?
Passos Coelho consegue vir dizer aos portugueses que alargou os benefícios fiscais na área da educação, quando introduziu uma alteração que exclui dos benefícios fiscais com “despesas com a educação” as verbas gastas pelas famílias com material escolar, refeições e transportes?
7ª MENTIRA: “(…)Tratado [Orçamental] que supostamente o senhor acha que o Partido Socialista fez mal em ter aprovado no Parlamento, foi isso que extraí do debate que o senhor fez na altura com o seu antecessor (…)”
António Costa não só não se mostrou contra a ratificação do Tratado Orçamental no Parlamento português como sempre disse que cumpriria o Tratado Orçamental. António Costa defende, sim, uma revisão do Tratado que permita atender aos efeitos assimétricos da moeda única.
António Costa foi sempre coerente. Portugal não deve assumir, no plano europeu, uma lógica de confronto nem de submissão, mas de alianças e parcerias que permitam construir posições comuns no interesse de Portugal e da Europa.
8.ª MENTIRA: “ (…) houve necessidade de harmonizar o nível de comparticipação que era dada pelo Estado ao ensino artístico especializado, tendo o mesmo financiamento para toda a gente. Não vamos gastar menos dinheiro com o ensino artístico do que nos anos anteriores”
O governo de Passos Coelho, numa alegada harmonização do financiamento a atribuir ao ensino artístico especializado, promoveu um claro desequilíbrio territorial, impondo um corte de financiamento em muitas instituições e, consequentemente, obrigando à retirada de muitos alunos desta modalidade de ensino.
A Escola de Música de Esposende também sofreu cortes no financiamento estatal imposto pelo actual governo o que obriga dezenas de alunos a não poderem ter aulas de iniciação musical.

Para Passos Coelho harmonizar é sinónimo de cortar!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A MINHA CAMPANHA ELEITORAL

Tenho contactado com várias pessoas nas últimas semanas. Sei que muitas delas me conhecem e retraem-se em dizer cara a cara o que pensam dos partidos, dos políticos e daqueles que se encontram envolvidos na política partidária.
Sinto que há um grande azedume contra os partidos e os políticos. Noto uma crescente revolta interior nos cidadãos contra as más práticas políticas. Não escondo de sentir que as pessoas apontam a responsabilidade aos políticos pelos problemas que lhes afectam a vida.
Uma substancial franja dos cidadãos acha que o facto de ter ido para o desemprego; de ter sido obrigado a emigrar; de ver um filho, uma filha, um neto, uma neta, o marido, a esposa, um familiar a ser obrigado a emigrar porque em Portugal não tem trabalho; uma empresa familiar, uma micro empresa, uma pequena ou média empresa a encerrar; tudo é responsabilidade dos políticos, dos governos, das oposições. Tudo o que desaba de mau na vida concreta das pessoas é da responsabilidade dos partidos e dos políticos.
Procurar amenizar este anátema colocado em cima dos partidos e dos políticos é um trabalho hercúleo! As pessoas não estão disponíveis para ouvir o argumentário de quem procura esclarecê-los. De quem quer dizer às pessoas que a maior responsabilidade da causa do drama que as afecta é mais das políticas que se querem implementar do que, objectivamente, dos partidos políticos.
A existência de partidos políticos é primordial para o bom funcionamento do Estado de Direito. É a melhor forma de fazer prevalecer a Democracia.
Mas a realidade torna tudo isto como uma verve sem sentido, pois uma grande franja da sociedade interiorizou o contrário. Entende que se o país está mal, a culpa é dos partidos! Se o país anda perto da bancarrota, a culpa é dos políticos!
Com facilidade uma caterva de demagogos e populistas conseguem doutrinar a sociedade contra os partidos. Contudo, esses pregadores que se anunciam contra os partidos, contra os políticos, são aqueles que mais política faz, e que mais prejudicam a Democracia. É deste tipo de discursos que nascem os radicalismos. É aqui que floresce a cultura extremista. Todavia, estes pregadores anti partidos quando chegam ao exercício do poder são piores que aqueles que foram eleitos pelos partidos.
Não restam dúvidas de que hoje, por aquilo que oiço, as pessoas estão “desesperadas”, ou em busca de alguém que lhes possa fornecer um pingo de verdade e de esperança no futuro, mas como não acreditam na palavra dos políticos, aceitam mais facilmente a retórica populista daqueles que se anunciam contra os partidos. Mas isto é cair num embuste bem pior do que acreditar na boa-fé daqueles que em nome de um partido se candidatam a um cargo político.
Portanto, perante tal raiva, hoje em dia a sociedade está dividida no contra e a favor dos partidos.
Em plena campanha eleitoral as pessoas têm de se predispor, e sem qualquer constrangimento ou ideia feita, ouvir o que diz cada candidato, e, a partir daí, fazerem a sua escolha. Ficar em casa e não ir votar, em nada altera a sua vida e continuará a dizer mal dos partidos e dos políticos. Votar em branco já é um sinal de protesto. Mas esse voto não elege nenhum deputado, nem dita o partido vencedor.
Importa criar na sociedade o hábito de ler, ouvir, ver, assistir, participar, protestar em tudo onde haja lugar para a análise política, pois só dessa forma os políticos e os partidos ficarão avisados daquilo que a sociedade quer.
Mas não restam dúvidas de que pior que os partidos é hoje o mundo financeiro. Estas entidades sem rosto escondem-se atrás dos políticos e manuseiam a seu bel prazer os seus interesses. São essas eminências pardas que detêm os cordelinhos da política. São eles que decidem a política económica. Para isso colocam nos lugares chaves tecnocratas pagos a peso de ouro, que subjugam os políticos aos seus interesses. O último caso foi o da Grécia.
Por muito que as pessoas queiram mal aos partidos e aos políticos, devem ir votar. Devem escolher aquele que melhor poderá ir de encontro aos seus anseios. Aquele que não lhe mente!
Da minha parte, apenas peço para que em consciência comparem quem não promete nada daquilo que não pode cumprir, e quem diz que agora é que vai ser, depois dos 4 anos de governo que desgraçou os portugueses! Eleger quem teve a coragem de apresentar um programa eleitoral devidamente quantificado e com as contas feitas; com quem não apresentou nenhum programa eleitoral, quem não diz o que vai fazer, quem não divulga os compromissos que já assumiu com Bruxelas para o Orçamento do Estado de 2016.
No próximo dia 4 de Outubro, os portugueses devem decidir se querem continuar a viver num país onde lhe é imposta a canga da mentira, da trapaça, da austeridade, da destruição da Saúde e Educação pública e da Segurança Social, que Passos Coelho e Paulo Portas querem privatizar. Ou escolher quem lhe oferece garantias de defesa da Saúde e da Escola pública, quem pretende salvar a Segurança Social pública, quem já deu mostras de ser um homem sério, competente e defensor da causa pública.
Escolher entre Passos Coelho e António Costa, a escolha mais acertada para Portugal e para os Portugueses é António Costa e o Partido Socialista.

De facto não sou isento, faço o meu registo de interesses, mas uma coisa é certa, não quero fazer de conta que sou isento no meu comentário e nas minhas crónicas, como há por aí uma série de comentadores arregimentados nos jornais e nas televisões. E são esses que em vez de ajudar a esclarecer as pessoas, mais confusões lhes traz e mais descrédito lhes causa contra os partidos. 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

BENJAMIM PEREIRA E A “CASSETE” DA PAF*

Benjamim Pereira cumpre um bom papel a debitar a
“cassete” da Coligação da Direita, só que roça o ridículo.

Numa acção partidária da coligação da direita (PàF), Benjamim Pereira proferiu uma série de atoardas contra o Partido Socialista que parecia estar num programa de standap comedy.
1 – No púlpito, Benjamim Pereira debita uma verve demagógica e populista. Vai daí, abre a contenda com uma “entrada de chancas”, quando vocifera: «Em todos os governos liderados pelo PS, houve enormes e graves irresponsabilidades que se abateram sempre sobre o povo português». Sobre esta narrativa, alerto Benjamim Pereira, o homem que diz que se deve governar o país com o «senso comum» e não com técnicos de Harvard, que seria bom que conhecesse os factos a que se refere. Sobre esta temática, convido-o, e os nossos estimados leitores, a ler a minha crónica no número 29/2015, 14 a 20 de Agosto deste jornal, sobre as “falácias dos pedidos de ajuda externa”. Lá está devidamente historiado os pedidos externos e de quem foram as responsabilidades.
2 – As suas declarações continuam na onda do cómico, pois ao mesmo tempo que enaltece as qualidades da governação de Coelho e Portas, destilou sobre «os verdadeiros fracassos da política socialista» e «as promessas que nunca passam da retórica».
Pois bem, Benjamim está a tornar-se num refinado cómico – os Gatos Fedorentos que se cuidem com esta concorrência -, pois tal apuro vai ao ponto de olvidar as promessas demagógicas de Passos Coelho na campanha de 2011.
Será que Benjamim estava em Marte quando Coelho jurou a uma menina que não cortava o subsídio da mãe?; e que dizer da propaganda demagógica de que resolvia os problemas do défice público cortando as gorduras do Estado?; e aquela de justificar o “chumbo” ao PEC4 de que o fez para evitar que os portugueses tivessem mais aumento de impostos.
E o que fez Coelho logo que chegou ao governo? Nada mais nada menos que um enorme aumento de impostos.
O rebuço foi tanto no palavrório de Benjamim, que muitos foram os dislates saídos da boca do edil que governa a Câmara de Esposende com “senso comum”, pois mais uns disparates saíram em profusão, tendo em conta que era do PS que ele falava. Perante tal dizer, a minha alma está pasma com tamanha loquacidade.
2 - Só que com um senão, é que Benjamim talvez estivesse a falar do aumento da dívida pública promovida pelo governo de Coelho e Portas; quem sabe se da destruição de 400 mil empregos promovida pelo actual governo; talvez pela emigração de mais de 500 mil pessoas; quem sabe se não se estaria a referir aos 133 mil jovens que tiveram de emigrar para poderem trabalhar; quiçá aos 700 mil desencorajados que já não procuram emprego e não têm direito a qualquer subsídio; ou talvez aos cortes desmesurados na ciência e na investigação perpetrados pelo actual governo; talvez pela existência de mais de 2 milhões de pobres em Portugal, e que a maioria trabalha; que o PIB do país recuou 15 anos; dos mais de 10 mil milhões de euros que foram retirados à economia pelo actual governo; o emprego caiu para o nível de 1996; quem sabe se também na destruição do emprego jovem, onde em Portugal 1 em cada 2 jovens se encontra desempregado; e por que não dizer da taxa de risco de exclusão social e pobreza dos jovens portugueses que cresceu 3 vezes mais que a dos jovens europeus; e quiçá das mais de 2 milhões de pessoas que se encontram em risco de pobreza; 1 em cada 4 crianças está em risco de pobreza; e também a falar dos 70 mil idosos que deixaram de receber o Complemento Solidário para Idosos; e as 27 mil famílias que deixaram de receber o Rendimento Social de Inserção; 114 mil pessoas deixaram de receber o RSI; e que dizer da queda do rendimento dos mais pobres, que caiu 3 vezes mais que o rendimento dos mais ricos (os mais ricos perderam 8% do seu rendimento, mas os mais pobres perderam 24%). Isto para não falar dos desmesurados cortes na Educação e na Formação Profissional. Isto é o balanço dos 4 anos de governação da coligação da direita e não do PS.
3 – Perante este quadro, o autarca esposendense, com a sua bela gestão de “senso comum”, deveria invectivar Coelho e Portas por se ver na necessidade de depauperar os cofres da autarquia, e também ele ter de ir aos bolsos dos cidadãos esposendenses no saque de taxas e impostos, dado que para animar a populaça tem de lhe oferecer concertos de borla; levar os idosos a dançar na Malafaia e em peregrinação a Fátima para que eles esqueçam que foi o seu governo que obrigou os filhos e os netos a emigrar; que as suas parcas reformas são em muitas famílias o único rendimento do agregado familiar que se viu aumentado com a chegada dos filhos e dos netos novamente a casa porque não conseguiram pagar as prestações e o banco foi-lhes buscar a casa; para se esquecerem do valor que pagam na factura da água; para não terem tempo de notar que uma parte do IRS que pagam vai para os cofres da Câmara, etc.
E por causa dessas despesas, a autarquia gerida pelo “senso comum” já não tem dinheiro para instalar o saneamento em baixa e requalificar a rua das Carneiras, em Marinhas; requalificar o caminho municipal de Rio de Moinhos, em Marinhas, etc.
4 – Já nem aqui vou abordar os disparates proferidos por Benjamim Pereira sobre as promessas falhadas do PS, pois não tenho espaço para avivar a memória ao Benjamim – acho que deve começar a tomar memofante, passe a publicidade – sobre as promessas não cumpridas pela PàF.
Contudo, e porque nessa sessão Benjamim trouxe o assunto do TGV à colação, apenas quero referir que os projectos do TGV são projectos do âmbito europeu que visava a modernização da linha férrea e do transporte de alta velocidade em toda a Europa. Mais, quem iniciou em Portugal o projecto das linhas do TGV foi o governo do Durão Barroso e Paulo Portas, que assinaram, na Figueira da Foz, um protocolo com a Espanha para construírem, não uma, não duas, mas cinco, repito, cinco linhas do TGV. Já agora, quando fala das PPP’s deve primeiro analisar o motivo pelo qual algumas foram feitas, pois essas, como foi o caso da A28, foi feita porque os governos de Cavaco Silva desbarataram o dinheiro comunitário que tinha sido alocado a esse projecto. Ou Benjamim não sabe a quantidade de anos que a A28 esteve sem ser construída para atravessar o concelho de Esposende?
5 – Benjamim também vociferou contra a sede de regressar ao poder dos Socialistas. Mas Benjamim põe “palas” nos olhos sobre o que aconteceu em 2011, quando o responsável pelo pelouro das finanças na Câmara de Gaia, que a levou à bancarrota, Marco António, “encostou à parede” Passos Coelho, dizendo-lhe que ou tinha eleições no país ou no partido. Coelho escolheu as eleições no país. Ó, Benjamim, e isto não é sede de poder?
Mas a cereja no topo do bolo dos disparates do Benjamim é a pérola de que «António José Seguro, a quem António Costa apeou, tinha pelo menos um projecto de futuro…». Ei, Benjamim, brilhante conclusão no final do disparate. Estou pasmo com tanto conhecimento. Quem sabe se Benjamim foi o único a ver o tal projecto…
E o projecto do Benjamm para o futuro de Esposende qual é? A compra de terrenos para o tão propalado Centro de Negócios que os esposendenses ainda não tiveram a oportunidade de ver o projecto? Que projecto tem Benjamim para o concelho, tão preocupado que ele está com o futuro de Portugal para os filhos e os netos caso o PS chegue ao governo?
Benjamim Pereira deveria, em vez de se preocupar com o PS, preocupar-se, isso sim, com os prejuízos do ano de 2014 da empresa Municipal Esposende Ambiente.
Mas essas preocupações pertencem apenas a quem gere um país ou uma autarquia com bom senso e conhecimentos, não obstante não ter de ser obrigatoriamente um técnico de Harvard, e não aos que gerem os países e as autarquias com “senso comum”.

Nota: O autor escreve segundo o antigo AO.

*Artigo publicado no Jornal Notícias de Esposende n.º 34/2015 – 17 a 23 Setembro.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O DISCURSO DO MEDO*

A coligação de direita, com todo o despudor que a acompanha,
utiliza o discurso do medo para fugir à discussão política da sua governação.

1 - Estamos a três semanas das eleições legislativas de 4 de Outubro. E nestas eleições os portugueses terão de julgar a governação da coligação da direita do PSD e do CDS, que foi quem nos últimos 4 anos governou Portugal. As eleições servem para julgar o governo em funções!
As declarações prestadas por Passos Coelho e Paulo Portas, mais não têm feito do que procurar desviar as atenções da acção do actual governo e acenar com o papão do governo Socialista. As eleições servem para o povo fazer o julgamento da governação dos últimos 4 anos! E isso a PàF quer afastar da discussão pública!
A coligação usa e abusa do discurso do medo. E continua a falar do governo Socialista que foi julgado pelos portugueses em 2011. A coligação da direita sabe que o povo português verga-se perante a lógica do “pobre mas honrado”, e por isso conforma-se com os “sermões” que Passos Coelho e Paulo Portas têm pregado: tal como o aceitar que “”vivemos acima das nossas possibilidades”; acreditar que é virtuoso e salvífico para cada um de nós aceitar de que “temos de empobrecer”.
A coligação de direita, Portugal à Frente (PàF), sabe que se desfraldar a bandeira do medo consegue aguar a escandecência daqueles que ficaram desempregados; dos reformados que sofreram os cortes nas pensões; da classe média que foi fustigada pelos impostos; dos pais que viram os seus filhos serem obrigados a emigrar porque o governo da direita não lhes deu esperanças de sobreviver em Portugal; dos funcionários públicos que foram tão maltratados pelo governo de Coelho e Portas.
Assim, acreditando nesta táctica do medo, Passos Coelho desapareceu, surge fugazmente em actividades de campanha travestidas de iniciativas do governo, onde aproveita para lançar umas farpas e fugir de novo para o seu esconderijo.
Por sua vez, Portas procura a todo o custo tentar mostrar uma faceta de estadista. Esbraceja para que lhe dêem atenção. Quer palco para destilar a sua verve arrogante, embevecida de palavrório suave na tentativa de procurar ser o pêndulo da Democracia Cristã, mas que ele já há anos abandonou. Portas procura vender a sua imagem à moda do Oliveira da Figueira, um comerciante português, de Lisboa, que figura nas aventuras do “Tintin”, que é um vendedor nato de “banha da cobra”, e conhecido por vender tudo e mais alguma coisa, mesmo até os objectos inúteis e desnecessários para os seus compradores, e um fala-barato invertebrado. 
Não por acaso, a coligação da direita anda há semanas a introduzir propositadamente o tema dos debates na discussão pública. Procura com isto desviar as atenções! Coelho sabe que enquanto andar na comunicação social a contenda sobre o facto de Portas participar ou não nos debates, não se discute, não se analisa, não se debate os 4 anos de governação de Coelho e Portas. Com a conivência da comunicação social, o tempo corre a favor da direita, com Coelho a fazer-se de “morto” e os seus acólitos a lançarem para a discussão pública outros temas que não a verdadeira realidade do país que temos ao fim de 4 anos de governação. Por isso, Coelho está a fazer de conta que não existe e deixa que o foco de atenções se centre no seu parceiro de coligação na discussão do vai ou não aos debates. E a oposição deixa-se enredar infantilmente nesta teia.
 2 - Bastou assistirmos ao primeiro frente-a-frente entre Jerónimo de Sousa e Catarina Martins para todos percebermos que a campanha eleitoral não se vai centrar, por parte da CDU e do BE, no julgamento dos 4 anos de governo da PàF, mas sim no programa do PS e como se fosse um governo do Partido Socialista que estivesse a ser julgado nestas eleições. O governo do Partido Socialista já foi julgado em 2011! O que agora tem de ser julgado é o governo da PàF, que governou o país nos últimos 4 anos. É isso que a CDU e o BE têm de fazer. E não entrarem numa deriva de acusações contra o PS.
É por estas e por outras que Passos Coelho recusa os debates, foge às entrevistas, dá-se ao luxo de não ter de prestar contas, apregoa que o seu governo serviu para reparar avarias. Entende que desaparecendo consegue resistir, aproveitando o facto dos portugueses este ano terem ido de férias como há muito já não se via e que começam a acreditar que as coisas vão melhorar, ou mesmo que estão melhores. Mas isto é pura ilusão! Coelho e Portas são mestres na arte do ilusionismo e estão rodeados de excelentes partners, como o são Marcelo, Mendes e toda uma comunicação social submissa à direita, que os ajudam a vender a ilusão de que temos um país melhor, de que as dificuldades acabaram, que agora tudo é a subir. A PàF descobriu que desaparecendo conseguirá sobreviver graças à amnésia colectiva que procura provocar nos portugueses. Por isso pensam que podem ganhar as eleições. E poderão? É difícil acreditar! Mas a oposição, nomeadamente o PS, não pode continuar a oferecer o flanco à PàF. O PS terá que agarrar esta campanha de frente, como António Costa tem feito.
3 – E para que a discussão pública continuasse fora da órbita da análise e do escrutínio dos 4 anos de governo da coligação da direita, eis que surge, apenas por coincidência e obra do acaso(?), a saída de Sócrates da prisão de Évora para prisão domiciliária com polícia à porta.
Este acontecimento foi o bastante para as “telelixo” portuguesas passarem horas a falar da casa para onde foi Sócrates. Eram directos para “encher chouriços” que pareciam não ter fim. Para o jornalismo de sarjeta importava saber o que veio trazer à casa onde Sócrates está o trabalhador da entrega de pizas. Que piza pediu? Ah, e de que é? De extra-queijo e pepperoni. Oh, diabo, lá vai a dieta dele!
Contudo, no meio de toda aquela tralha jornalística, o único dotado de capacidades intelectuais e o único a mostrar profissionalismo no seu trabalho foi o rapaz da entrega das pizas. Quanto ao resto, é o mau exemplo do que é fazer jornalismo sério.
4 – E o mau jornalismo continua quando os jornalistas insistem em questionar António Costa sobre se Sócrates vai ou não prejudicar o PS. É preciso ter uma paciência de Job para aturar estes dislates jornalísticos! Os jornalistas deveriam era querer saber, para informar devidamente os portugueses, pois essa é a sua missão e obrigação, é pedir a António Costa para explicar o programa eleitoral, onde estão feitas todas as contas, ao contrário da coligação da direita que não tem qualquer conta feita, e justificar as medidas que anuncia sobre Segurança Social, as pensões, a redução dos impostos, o seu combate aos salários baixos e ao emprego falso.
António Costa quer explicar isto tudo! O PS apresentou o seu cenário macroeconómico e sobre ele trabalhou o seu programa eleitoral. Foram apresentadas as contas que tipificam cada uma das medidas que se propõe fazer de diferente da PàF.
Quem não se lembra do escarcéu que a PàF fez sobre as contas do PS? Já se esqueceram da ameaça do PSD de solicitar à UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) que fiscalizasse as contas do PS no programa eleitoral? Não podemos ignorar toda a verve panfletária da coligação da direita com a exigência de explicações ao PS?
Acredito que os portugueses não olvidaram nada disto! Mas apenas quero anunciar que a coligação de direita colocou 29 perguntas ao PS a exigir justificações para as medidas apontadas.
Pois bem, caros leitores, o PS respondeu às 29 perguntas feitas pela coligação da direita. Agora pergunto: alguém ouviu a Coligação da direita a contestar as 29 respostas do PS? Não! Ninguém ouviu! Por isso a coligação da direita não quer discutir política. Quer apenas meter medo aos portugueses.
Mas os portugueses não devem ter medo! O PS e António Costa sabem o que fazem. E o que fazem é o melhor para os portugueses. Disso que ninguém duvide!
Nota: O autor escreve segundo o antigo AO

*Crónica publicada no Jornal Notícias de Esposende, n.º 33/2015 – 10 a 16 Setembro 

domingo, 6 de setembro de 2015

“MEU QUERIDO MÊS DE AGOSTO”*

Este é um mês de férias, de festa e “Sol na moleirinha”.

O mês de Agosto terminou! Como em todos os anos, este é um mês de férias, de festa e onde alguns apanham “Sol na moleirinha” e dizem muitos disparates.
Desmontada a tenda das férias, e feita a preparação psicológica para encarar mais um ano da costumeira rotina, fica-nos sempre a sensação de que “soube a pouco” ou que finalmente terminou o “degredo”.
Mas Agosto é assim! E não podemos fazer nada para mudar! Para uns é um alívio, pois acabou a confusão! Para outros é uma pena, pois terminou o mês onde fazem mais negócio! Para outra parte da populaça é uma chatice, porque acabou o “bem bom” das férias!
Por cá, pelo nosso burgo, voltamos à pasmaceira dos restantes 11 meses do ano! Podemos dizer que na nossa “santa” terrinha esgotamos todos os créditos no mês de Agosto. Mas isso são opções de quem detém a vara do mando. 
1 – As férias: Este é o mês por excelência das férias. Os veraneantes acorrem às praias. Os mais endinheirados aproveitam para sair do país e outros deslocam-se para outras partes “cá dentro”. Uma grande maioria não sai de casa. Os emigrantes regressam e povoam as aldeias despovoadas. É o reencontro esperado com os familiares e os amigos. É o regresso às tertúlias animadas à volta da mesa do café ou de uma esplanada. Enfim, Agosto é assim e uns gostam e outros nem tanto! Por norma é o mês mais esperado pela maioria da população: uns porque vão ter férias; outros porque têm a oportunidade de aumentar as vendas do seu negócio, que os ajudará a encarar o resto do ano de “pasmaceira”. Mas isto é mesmo assim!
2 – As festas: Em todo o lado o mês de Agosto é o mês das festas. Mesmo na mais recôndita aldeia decorre uma festa em honra do santo padroeiro. É o tempo dos artistas e dos grupos musicais poderem actuar e ganhar dinheiro. Cada festa é sempre o culminar de um ano de trabalho de muita gente, que se dedica graciosamente a trabalhar para arrecadar receitas para pagar as despesas do programa festivo. É este o exemplo da entrega e dedicação de muita gente na defesa das suas tradições. Um bem-haja para todos aqueles que desprendidamente deram muito do seu tempo em prol de um interesse comum, que era a realização da festa da sua aldeia, da sua vila, ou da sua cidade.
Contudo, se muita gente gasta o seu tempo a trabalhar para a angariação de fundos das suas festas, há autarquias que desbaratam centenas de milhares de euros em festas. O que não se compreende é que esses eventos da autarquia, muitas vezes, coincidam com as datas das festas populares que se realizam nas freguesias dos próprios concelhos. Mas, como dizia a minha avó, “manda quem pode, obedece quem deve”.
Todavia, era importante que todos ficassem a saber qual o retorno económico para a terra de tal investimento das autarquias na realização de eventos e concertos. Era bom que os contribuintes soubessem que, não obstante a sua autarquia gastar mais de 500 mil euros em eventos no curto prazo de um mês, a economia concelhia arrecadou, graças a esses eventos, um milhão, dois milhões de euros. São essas as contas que devem ser feitas! É isso que todos devem ter conhecimento, se, de facto, há retorno económico de tal gasto. Até para ficarmos a saber que o dinheiro dos contribuintes serve, não só para ter gente na rua e assistir a concertos de borla, mas também a gastar dinheiro nos restaurantes, cafés, bares e no comércio local. Era isso que era importante!
Já agora, tendo em conta o mês e a localização geográfica, há localidades que não precisam de gastar muito dinheiro público em iniciativas no sentido de “chamar” gente, pois a gente já vem e está lá porque está de férias nesses sítios. O que essas localidades precisam é que sejam organizadas iniciativas nos meses “mortos” para que, aí sim, se “chame” gente para movimentar a economia local. Depois também seria de todo pertinente sabermos quanto ganharam, directa ou indirectamente, as empresas do próprio concelho na organização e contratação dos eventos?
3 – “Sol na moleirinha”: Por vezes ouvimos comentários a certos disparates ditos por alguém de que o dito cujo apanhou muito “Sol na moleirinha”. Certamente muitos dos leitores desta crónica dirão o mesmo do autor, de que apanhei muito “Sol na moleirinha”. Aceito a crítica, pois a pluralidade de pensamento é importante, tal como é importante o direito a ter uma opinião contrária, mesmo que seja em minoria ou mesmo isolada. O que nunca deveremos é deixar de dar a nossa opinião, apenas porque nos queremos esconder no “politicamente correcto”, ou de que as pessoas não gostam que se façam críticas. Mas vamos então à lógica do disparate e do “Sol na moleirinha”.   
Quem apanhou muito “Sol na moleirinha” ali para os lados do Pontal foi Passos Coelho e Paulo Portas, pois as suas declarações desde essa “rentrée” deixam-nos a convicção de que eles foram afectados pelo quente do Sol a bater na moleirinha e causaram-lhe um curto-circuito nos nerónios.
É que a confirmação deste facto advém das múltiplas intervenções que diariamente estes dois fazem, bem como a sua “entourage”, pois quando os ouvimos falar dá a sensação que não foram eles que estiveram no governo nos últimos 4 anos!
Passos Coelho, em 2011, mal chegou ao poder abandonou de imediato a campanha eleitoral e afirmou, alto e bom som com a sua voz de tenor, de que “Portugal tinha de empobrecer”. E assim começou a deriva de cortes de salários, pensões e prestações sociais. Ao mesmo tempo que uns viam o emagrecimento salarial e perdiam o emprego, outros, uma pequena fatia, viam engrossar o seu pecúlio de riqueza: os pobres ficaram mais pobres; os ricos ficaram mais ricos.
Mas eis que as Legislativas já entram de novo no radar, e com elas as novas promessas de Coelho e Portas, e assistimos à deriva populista de Coelho, no encerramento das jornadas do “Centro de Incubação” de Castelo de Vide, a anunciar aos jovens do seu partido o seu conseguimento na promessa pós-eleitoral de 2011 de empobrecimento generalizado do país, quando afirmou que “Portugal é hoje um país profundamente desigual”. E nessa demagogia, Passos Coelho, fazendo recordar o ano de 2011, defendeu a necessidade de combater essas desigualdades, e fê-lo com a mesma convicção com que há 4 anos defendia que não ia aumentar os impostos e que iria promover o fim dos cortes em salários e pensões.
Entendo que à primeira as pessoas mais conservadoras tenham votado em Coelho, pois o homem apresentava-se com uma áurea de anjo e de integridade que até causava inveja ao Santo Padre, dado que se apresentava como o homem humilde que tinha uma casita em Massamá. Tal auréola que brilhava ao seu redor, fez com que a boa-fé de muito boa gente acreditasse que este seria o homem redentor, que vinha para acabar com os maus costumes do país, combater o clientelismo, acabar de vez com o despesismo, derreter as gorduras do Estado que eram a razão de ser do défice das contas públicas, que ia acabar com as fundações que viviam à custa dos dinheiros públicos, libertar o país das despesistas PPP’s e das frotas de luxo que circulavam pelos ministérios, bem como acabar com os fretes aos empresários amigos.
Só que o “salvador” de Massamá fez exactamente tudo ao contrário: as gorduras cresceram, o emprego desceu, os “tachos” para os “boys” aumentaram de forma exponencial, as promessas viraram mentiras colossais, as gorduras que ia combater transformaram-se nas vendas das melhores empresas do país, os salários foram cortados, as pensões reduzidas, os impostos sofreram um aumento colossal e o estado social foi completamente dizimado pela dupla sem qualidades, Coelho e Portas.
O Sol de Castelo de Vide que bateu na moleirinha do Rangel esturricou mesmo tudo!
Espero que os portugueses que foram enganados a primeira vez não se deixem enganar pela segunda vez.
Acredito que os portugueses não apanharam “Sol na moleirinha”!

Nota: O autor, por decisão própria, escreve com o antigo AO.


*Crónica publicada no jornal Notícias de Esposende, n.º 32/2015, de 3 a 9/Setembro.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O QUE DIZ O JN

Folheei o JN de hoje, 2 de Setembro, e o que posso dizer é que nada se aprofunda na imprensa portuguesa. Tudo é superficial!
Ao correr das páginas lia-se:
- Merkel e os migrantes – virou moda a manipulação semântica, pois os refugiados são chamados de migrantes, digo eu – diz que os que não perspectivam receber asilo devem ser repatriados. Os outros devem ser distribuídos de forma justa entre os países membros da UE. Acrescento eu, Merkel quer agora ser santificada, tipo santinha da ladeira, com as falinhas mansas sobre os “migrantes”. Contudo, não lhe ouvi uma palavra de indignação pelo muro construído pelo ditador que governa a Hungria. Não lhe ouvi um suspiro contra a guerra que devasta as populações da Síria, do Afeganistão, da Líbia, etc. Onde estão aqueles que tanto enalteceram a invasão do Iraque – onde tudo começou – e a “Primavera Árabe”? É que o Ocidente tem muita responsabilidade nesta catástrofe humanitária que está a atingir estes países. Negócio do armamento de guerra a quanto obrigas?
Contudo, já morreram mais de 30 mil pessoas, só este ano, a fugir à guerra!
- Aulas arrancam sem todos os professores – mesmo tendo sido adiado em uma semana o início das aulas, digo eu, porque o jornal não adiantou mais nada.
- Falta material básico em 91% das USF (Unidades de Saúde Familiar) – para Paulo Macedo e para a coligação de direita está tudo bem com o Serviço Nacional de Saúde, digo eu, porque o jornal não quis saber mais nada.
- Licença obrigatória de 15 dias para os pais – Os pais portugueses só são pais durante 15 dias? Pergunto eu, pois o jornal não aprofundou esta importante temática.
- 1.º debate televisivo: CDU e BE em sintonia – para derrotar o PS, digo eu, como se fosse o PS que estivesse no governo.
- Costa diz que o PS poderá repor o pagamento do subsídio de Natal na totalidade no mês de Novembro – o governo agora paga em suaves prestações mensais, digo eu.
- Rui Rio adia as presidenciais para Outubro e acusa Marcelo de ser dissimulado – por aqui se fica, digo eu. Todavia, acrescento eu, os Socialistas, ou alguns Socialistas, deveriam aprender a lição da direita, que adia as presidenciais para depois das Legislativas, pois até lá estão todos unidos para tentarem conquistar a vitória a 4 de Outubro. Apelo aos que se dizem Socialistas: unam-se para derrotar a direita e a extrema-esquerda. O PS está sozinho numa luta desigual. Mais tiros nos pés é como oferecer rebuçados aos adversários.
- Novo Banco – Fosun avança, mas Anbang pode voltar – Carlos Costa e o governo anda aos zig zags, digo eu, pois o contribuinte vai pagar o desmando desta gente com língua de palmo. O futuro dirá!
- Anuidade dos cartões de débito sempre a subir. Desde 2009, a anuidade subiu em média 10%. Um país perfeito para o mundo da banca, digo eu.
- 7 em cada 100 pessoas não pagam prestação da casa – a economia no seu melhor, segundo anuncia o governo…, digo eu.
- China – o Banco Central volta a injectar capital – também toca aos chineses o ataque dos ditos mercados usurários, digo eu.
- A dívida global das administrações públicas volta a agravar-se em Julho. Dívida sobe aos 227 mil milhões de euros. Ou acordamos para este flagelo, que nos custa 9 mil milhões por ano só em juros e prebendas aos credores, ou vamos passar a pão e água…, digo eu.
- A UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) diz que o défice deverá ficar em 4,9%, tendo em conta o valor apurado no 1.º semestre. Estou sentado à espera que Passos Coelho, Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque e Pires de Lima venham à televisão falar do êxito das medidas do seu governo e da subida da economia. Lembro que o governo assumiu o compromisso com Bruxelas de um défice de 2,7% no final de 2015.Entretanto, o Pires de Lima já fez profissão de fé de que o défice vai ser inferior a 3%. Como o que ele diz é uma sentença, tal qual a descida da taxa do IVA para a restauração, podemos todos acreditar no que ele diz, digo eu.
- Um cordão humano formou-se contra a privatização dos STCP e do Metro do Porto. O JN não quis saber mesmo junto do governo o motivo de tanta pressa nesta privatização por ajuste directo?

Assim vamos na imprensa!